quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O meu espanhol... ¡como turco en la neblina!





Você já esteve mais “perdido do que cachorro que caiu do caminhão de mudança”? Ou “pior que cego em tiroteio”? “Sem saber se casa ou se compra uma bicicleta”?

Então fique tranquilo, isso acontece com todo mundo! Até as pessoas mais sensatas, um dia já se sentiram “como turco en la neblina”.

A pitoresca expressão idiomática espanhola, “como turco en la neblina”,  é empregada para designar qualquer pessoa que esteja desorientada, confusa, perdida e decorre de uma série de derivações: na Espanha a palavra turca passou a ser usada, popularmente, para designar “bebedeira” (borrachera). Isso aconteceu porque o vinho puro, sem adição de água, era chamado vinho mouro, ou vinho turco, ou seja, não era “batizado”!

Assim, as carraspanas ganharam o nome de turcas. Também, por isso, costuma-se dizer “agarrarse una turca”, que nada tem a ver com um ato de violência contra a mulher! Nada disso! Muito menos com o que os argentinos chamam de “hacer una turca”... Enfim!

Já a transposição da palavra turca para o masculino turco ocorreu, espontaneamente, com o tempo, pelo uso popular.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Palavras intraduzíveis

Texto de Diana Margarita.
 
 
A intraduzibilidade é a peculiaridade de um texto ou de uma expressão numa determinada língua para os quais não se pode encontrar um texto ou expressão equivalente em outra língua.

Segundo Paul Ricoeur, a língua tem propensão ao “enigma, ao artifício, ao hermetismo, ao secreto”. O conceito de intraduzibilidade é real e devidamente motivado. Como traduzir literaturas forjadas em línguas cujas sintaxes não se ajustam, cujos vocabulários não se encaixam, cujos ritmos pulsam em cadências assíncronas, cujos signos remetem a imagens que parecem desencontrar-se? Pior: como traduzir se o humor que flutua sobre o texto, nos entremeios do texto - lubrificando com frouxos sentidos o espaço entre as palavras - não encontra eco na língua de chegada?

Esse conceito aplica-se principalmente ao texto literário, à poesia, aos trocadilhos e às expressões idiomática. Paulo Rónai quando comentou sobre a traduzibilidade e a intraduzibilidade de textos literários; disse ele: “todo texto literário é fundamentalmente intraduzível por causa da própria natureza da linguagem. (...) [A]s palavras isoladas não têm sentido em si mesmas: a sua significação é determinada pelo respectivo contexto”. Ocorre que o contexto cultural no qual a palavra foi utilizada na língua-fonte não será o mesmo encontrado na língua-alvo.

A língua é um sistema que representa a forma particular como um povo vê o mundo, sua idiossincrasia. Cabe ao tradutor experiente reconhecer as palavras ou expressões intraduzíveis e utilizar de técnicas e procedimentos que permitam preencher essas lacunas.

Friedrich Nietzsche disse uma vez que “as palavras são apenas símbolos para as relações das coisas umas com as outras e conosco. Nada que exprima a verdade absoluta”.

No livro “Through The Language Glass”, Guy Deutscher tenta entender as lacunas deixadas por palavras de diferentes culturas que não têm tradução. Confira alguns exemplos:

Do alemão, Waldeinsamkeit - Um sentimento de solidão, de estar sozinho na floresta e uma conexão com a natureza.

Do italiano, Culaccino - marca deixada sobre uma mesa por um vidro frio. Quem diria que a condensação pode soar tão poética?

Do esquimó, Iktsuarpok - sentimento de antecipação que o leva a sair e verificar se alguém está chegando, e, provavelmente, também indica um elemento de impaciência.

Do japonês, Komorebi - nome dado à luz do sol filtrada pelas folhas das árvores.




Do russo, pochemuchka - alguém que faz um monte de perguntas. Todos conhecemos um desses.

Do espanhol, Sobremesa - esta palavra é de origem espanhola e nada tem a ver com doces. Os espanhóis tendem a ser um grupo social e termo serve para indicar o tempo que passamos conversando à mesa após o término da refeição.

Do indonésio, Jayus – é uma gíria para alguém que conta uma piada tão mal, que é tão sem graça que você não pode deixar de rir em voz alta.

Do havaiano, Pana Po´o - sabe quando você se esquece de onde você colocou as chaves, e você coça a cabeça porque de alguma forma parece que esse gesto o ajuda a lembrar? Esta é a palavra para isso.

Do francês, Dépaysement – é o sentimento decorrente de não estar em seu país de origem - de se sentir estrangeiro numa cultura diferente.

Do urdu, Goya - urdu é a língua nacional do Paquistão, mas é também uma língua oficial em cinco dos estados indianos. reflete o estado de contemplação e incredulidade que se tem diante de uma boa narrativa.

Do sueco, Mångata - Termo que indica o caminho iluminado que a luz da lua desenha na água.

Acrescentemos a essa lista nossa querida e melancólica “saudade” que descreve o vazio e a tristeza que sentimos de alguém ausente, de alguma coisa, de algum lugar ou de algum momento que vivemos.


  
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Curso on-line com o Prof. Carlos Nougué

Por uma Filosofia Tomista
Curso on-line de 60 horas ministrado por
Carlos Nougué


 “A felicidade última do homem está na contemplação da Verdade.”
Santo Tomás de Aquino

[Comunicado 1]
Em meados de outubro deste ano, estará disponível em site próprio o Curso on-line Por uma Filosofia Tomista, de 60 horas (o equivalente a um curso de extensão universitária).

DADOS GERAIS DO CURSO

1) O Curso se dividirá em 30 vídeos-aula de 2 horas cada uma.
2) Todos os vídeos-aula estarão gravados antes do início do Curso, mas só se postarão no site dois por semana, por óbvias razões didáticas. Permanecerão todos no site até cinco meses depois do início do Curso. (Informar-se-á oportunamente o endereço do site.)
3) Haverá, ademais, ao longo dos mesmos cinco meses, vídeos-aula extras, de duração variada, com a resolução das dúvidas enviadas pelos alunos ao e-mail cursos@carlosnougue.com.br. (É também a este e-mail que se deve escrever para solucionar quaisquer outras dúvidas relativas ao Curso. Neste caso, responderá nosso responsável operacional: Marcel Assunção Barboza.)
4) Os vídeos estarão em nosso site em duas versões: uma de alta resolução; a outra de resolução um pouco inferior, para os alunos cujo computador não suporte a primeira.  
5) Na seção Material de Estudos do site, fornecer-se-ão também textos, outros vídeos e bibliografia.  
6) O Curso fornecerá certificado (particular) ao fim dos cinco meses.

EMENTA DO CURSO

I) Apresentação geral: A necessidade de uma Filosofia tomista.
II) Preâmbulo 1: Resumo da História da Filosofia – Do impulso grego ao abismo moderno.
III) Preâmbulo 2: Se Santo Tomás era filósofo e/ou teólogo.
IV) Preâmbulo 3: A essência da doutrina de Santo Tomás, ou se o tomismo é um aristotelismo.
V) Preâmbulo 4: Como estudar a Filosofia, e em ordem a quê.
VI) Introdução geral à Filosofia, ou seja, a seus conceitos elementares (já aqui se implicam noções da Lógica, da Física e da Metafísica):
1) O que é conhecer 2) O ente e os primeiros princípios; 3) A quididade das coisas; 4) O essencial e o acidental; 5) Substância e acidentes; 6) A questão do an sit; 7) Ente e esse (ser ou ato de ser); esse e existência – uma primeira aproximação; 8) Divisão e definição; 9) Se os acidentes são entes e têm quididade; 10) Se as coisas artificiais têm quididade.
VII) Introdução à Lógica:
1) A simples apreensão; 2) As propriedades das coisas; 3) O juízo ou composição; 4) As causas; 5) O silogismo; 6) Em defesa da Lógica; 7) Se a Lógica é arte ou ciência; 8) As propriedades da Lógica; 9) O método da Lógica; 10) Lógica e Gramática.
VIII) Intermédio: A ordem das ciências e das artes.
IX) Introdução à Física geral:
1) O que é a natureza; 2) Os princípios da natureza: ato e potência, etc.; 3) O sujeito da Física Geral; 4) Existência e esse – segunda aproximação; 5) Em defesa da Física Geral aristotélico-tomista; 6) Se e em que caducou esta ciência; 7) O método da Física Geral; 8) Que classe de ciência é a Física moderna; 9) O que pensar da Biologia, da Psicologia, etc., atuais; 10) Uma crítica a Jacques Maritain.
X) Introdução à Metafísica:
1) Se tal ciência existe ou é válida ou necessária; 2) O sujeito da Metafísica; 3) Ente e esse – segunda aproximação; 4) As propriedades da Metafísica; 5) O método da Metafísica; 6) Diferença entre Teologia (ou Metafísica) e Sacra Teologia, e se elas se opõem; 7) As provas da existência de Deus; 8) O tratado de Deus uno.
XI) Apêndices:                                                                               
1) Os transcendentais; 2) Se o mal é algo; 3) A alma humana e sua imortalidade; 4) A Política e sua ordem ao Fim último do homem; 5) O mundo poderia ter sido criado ab aeterno (desde a eternidade)?

CURRÍCULO DE CARLOS NOUGUÉ

I) Dados pessoais:
Nome: Carlos (Augusto Ancêde) Nougué;
Nacionalidade: brasileira;
Idade: 61 anos.
II) Qualificações profissionais:
1) Professor de Filosofia por diversos lugares;
2) Professor de Tradução e de Língua Portuguesa em nível de Pós-graduação (UGF);
3) Tradutor de Filosofia, Teologia e Literatura (do francês, do latim, do espanhol e do inglês);
4) Lexicógrafo.
III) Prêmio e indicações para prêmio:
• Prêmio Jabuti de Tradução/1993;
Indicação ao Prêmio Jabuti/1998;
• Finalista do Prêmio Jabuti/2005 pela tradução de D. Quixote da Mancha, de Miguel de Cervantes (edição oficial do Quarto Centenário da edição princeps).
IV) Responsável pelos seguintes blogs:

SUBSCRIÇÃO PARA O CURSO

1) Valor total:
a) ou R$ 300,00 em até 6 parcelas sem juros no cartão de crédito;
b) ou R$ 280,16 por pagamento à vista mediante débito on-line ou boleto bancário.
Observação: Ambas as formas de pagamento se farão, em nosso próprio site, mediante o PagSeguro.
2) Ao pagarem, os alunos-subscritores receberão automaticamente uma senha de acesso aos vídeos-aula (regulares e extras) e ao material de estudo.
3) O período de subscrição começará entre três a duas semanas antes do início do Curso.
Observação geral 1: Até o fim de setembro próximo, informar-se-á a data efetiva do início do Curso.
Observação geral 2: Até o início do Curso, enviar-se-á semanalmente novo comunicado à mesma mailing list.

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> Veja-se o Vídeo de Apresentação do Curso (http://youtu.be/0IETeM0vu0c).

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Uma iniciativa conjunta
Central de Cursos Contemplatio
Associação Cultural Santo Tomás