Texto de Diana Margarita.
A intraduzibilidade é a
peculiaridade de um texto ou de uma expressão numa determinada língua para os
quais não se pode encontrar um texto ou expressão equivalente em outra
língua.
Segundo Paul Ricoeur, a língua tem propensão ao “enigma, ao artifício, ao hermetismo, ao secreto”. O conceito de intraduzibilidade é real e devidamente motivado. Como traduzir literaturas forjadas em línguas cujas sintaxes não se ajustam, cujos vocabulários não se encaixam, cujos ritmos pulsam em cadências assíncronas, cujos signos remetem a imagens que parecem desencontrar-se? Pior: como traduzir se o humor que flutua sobre o texto, nos entremeios do texto - lubrificando com frouxos sentidos o espaço entre as palavras - não encontra eco na língua de chegada?
Esse conceito aplica-se principalmente ao texto literário, à poesia, aos trocadilhos e às expressões idiomática. Paulo Rónai quando comentou sobre a traduzibilidade e a intraduzibilidade de textos literários; disse ele: “todo texto literário é fundamentalmente intraduzível por causa da própria natureza da linguagem. (...) [A]s palavras isoladas não têm sentido em si mesmas: a sua significação é determinada pelo respectivo contexto”. Ocorre que o contexto cultural no qual a palavra foi utilizada na língua-fonte não será o mesmo encontrado na língua-alvo.
A língua é um sistema que representa a forma particular como um povo vê o mundo, sua idiossincrasia. Cabe ao tradutor experiente reconhecer as palavras ou expressões intraduzíveis e utilizar de técnicas e procedimentos que permitam preencher essas lacunas.
Friedrich Nietzsche disse uma vez que “as palavras são apenas símbolos para as relações das coisas umas com as outras e conosco. Nada que exprima a verdade absoluta”.
No livro “Through The Language Glass”, Guy Deutscher tenta entender as lacunas deixadas por palavras de diferentes culturas que não têm tradução. Confira alguns exemplos:
Do alemão, Waldeinsamkeit - Um sentimento de solidão, de estar sozinho na floresta e uma conexão com a natureza.
Do italiano, Culaccino - marca deixada sobre uma mesa por um vidro frio. Quem diria que a condensação pode soar tão poética?
Do esquimó, Iktsuarpok - sentimento de antecipação que o leva a sair e verificar se alguém está chegando, e, provavelmente, também indica um elemento de impaciência.
Do japonês, Komorebi - nome dado à luz do sol filtrada pelas folhas das árvores.
Segundo Paul Ricoeur, a língua tem propensão ao “enigma, ao artifício, ao hermetismo, ao secreto”. O conceito de intraduzibilidade é real e devidamente motivado. Como traduzir literaturas forjadas em línguas cujas sintaxes não se ajustam, cujos vocabulários não se encaixam, cujos ritmos pulsam em cadências assíncronas, cujos signos remetem a imagens que parecem desencontrar-se? Pior: como traduzir se o humor que flutua sobre o texto, nos entremeios do texto - lubrificando com frouxos sentidos o espaço entre as palavras - não encontra eco na língua de chegada?
Esse conceito aplica-se principalmente ao texto literário, à poesia, aos trocadilhos e às expressões idiomática. Paulo Rónai quando comentou sobre a traduzibilidade e a intraduzibilidade de textos literários; disse ele: “todo texto literário é fundamentalmente intraduzível por causa da própria natureza da linguagem. (...) [A]s palavras isoladas não têm sentido em si mesmas: a sua significação é determinada pelo respectivo contexto”. Ocorre que o contexto cultural no qual a palavra foi utilizada na língua-fonte não será o mesmo encontrado na língua-alvo.
A língua é um sistema que representa a forma particular como um povo vê o mundo, sua idiossincrasia. Cabe ao tradutor experiente reconhecer as palavras ou expressões intraduzíveis e utilizar de técnicas e procedimentos que permitam preencher essas lacunas.
Friedrich Nietzsche disse uma vez que “as palavras são apenas símbolos para as relações das coisas umas com as outras e conosco. Nada que exprima a verdade absoluta”.
No livro “Through The Language Glass”, Guy Deutscher tenta entender as lacunas deixadas por palavras de diferentes culturas que não têm tradução. Confira alguns exemplos:
Do alemão, Waldeinsamkeit - Um sentimento de solidão, de estar sozinho na floresta e uma conexão com a natureza.
Do italiano, Culaccino - marca deixada sobre uma mesa por um vidro frio. Quem diria que a condensação pode soar tão poética?
Do esquimó, Iktsuarpok - sentimento de antecipação que o leva a sair e verificar se alguém está chegando, e, provavelmente, também indica um elemento de impaciência.
Do japonês, Komorebi - nome dado à luz do sol filtrada pelas folhas das árvores.
Do russo, pochemuchka - alguém que faz um monte de perguntas. Todos conhecemos um desses.
Do espanhol, Sobremesa - esta palavra é de origem espanhola e nada tem a ver com doces. Os espanhóis tendem a ser um grupo social e termo serve para indicar o tempo que passamos conversando à mesa após o término da refeição.
Do indonésio, Jayus – é uma gíria para alguém que conta uma piada tão mal, que é tão sem graça que você não pode deixar de rir em voz alta.
Do havaiano, Pana Po´o - sabe quando você se esquece de onde você colocou as chaves, e você coça a cabeça porque de alguma forma parece que esse gesto o ajuda a lembrar? Esta é a palavra para isso.
Do francês, Dépaysement – é o sentimento decorrente de não estar em seu país de origem - de se sentir estrangeiro numa cultura diferente.
Do urdu, Goya - urdu é a língua nacional do Paquistão, mas é também uma língua oficial em cinco dos estados indianos. reflete o estado de contemplação e incredulidade que se tem diante de uma boa narrativa.
Do sueco, Mångata - Termo que indica o caminho iluminado que a luz da lua desenha na água.
Acrescentemos a essa lista nossa querida e melancólica “saudade” que descreve o vazio e a tristeza que sentimos de alguém ausente, de alguma coisa, de algum lugar ou de algum momento que vivemos.
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