A expressão coloquial “cor de burro quando foge” teria nascido da
antiga expressão “corro de burro quando foge”, pois quando foge o animal fica sem controle, agressivo, furioso, causando
medo. Portanto, as pessoas devem correr do burro quando ele foge. O gramático, latinista
e médico por profissão, Antônio de Castro Lopes teria sido o primeiro a
registrar tal expressão que, a princípio, nada teria a ver com a cor do animal.
Mas a mudança da expressão para “cor de burro quando foge”, tem como sentido
referir-se a cor indefinida, empardecida, como a cor do animal! A expressão foi
empregada por Joaquim Manoel de Macedo no clássico “A moreninha” em 1844: "(...)
meu amigo Fabrício, que talvez acaba de chegar de alguma visita diplomática,
vestido com esmero e alinho, porém tendo a cabeça encapuçada com a vermelha e
velha carapuça do Leopoldo; este, ali escondido dentro de seu robe de chambre cor
de burro quando foge, e sentado em uma cadeira tão desconjuntada que, para
não cair com ela, põe em ação todas as leis de equilíbrio, que estudou em
Pouillet".
Talvez, a inversão ou mudança da expressão,
assim como tantas outras, tenha acontecido pela admirável capacidade humana de
ouvir mal e reinterpretar as palavras transformando-as em expressões absurdas e
até engraçadas! Muitas das expressões populares são produtos da modificação
criada por seus ouvintes.
Então: corra de burro quando foge e também das cores de burro quando foge, porque é uma das poucas que não favorece absolutamente ninguém!
Apenas um senão, Antônio de Castro Lopes, cunhou a expressão em 1852. Ora, se Joaquim Manoel de Macedo, publicou a expressão "cor de burroquando foge" em 1944, o mais provável é que tenha sido o oposto a acorrer, ou talvez uma tentativa patética de explicar uma expressão idiomática que muita das vezes não faz sentido. Por outro lado, a expressão "Corre do burro quando foge" não está registada em nenhuma parte no "velho continente" o que mais uma vez nos leva a pensar sobre a verdadeira origem da expressão.
ResponderExcluir