Clemente Palma
Ramírez,
nasceu em Lima, Peru, em 03 de dezembro de 1872 e faleceu na mesma cidade em
1946. Filho do escritor peruano Ricardo Palma, foi um extraordinário contista,
cuja fama superou a iniquidade dos anos. Seu mais celebre livro, “Contos
Malévolos”, publicado em 1904, mostra a grande originalidade do autor e o
domínio da narração curta. Clemente Palma enriqueceu a tradição moderna do
conto, instaurando o insólito na narrativa de aparência realista ou
naturalista. É justamente esta aptidão que outorga distinção e sarcasmo a sua
prosa verdadeiramente original. “Contos Malévolos” foram reeditados em Paris,
em 1912. Palma, porém, foi literalmente arrebatado pelo jornalismo,
dedicando-se a escrever editoriais políticos e criticas, abandonando lentamente
sua melhor faceta, a de contista. No entanto, em 1925, publicou “Historietas
Malignas” e as novelas “Mors ex vita” (1923) e “XYZ” (1935), uma pequena
novela, que para alguns pareceu extravagante demais pelo uso do ocultismo, na
qual se alternam seres comuns com fantasmas endiabrados, como nos relatos do
escritor francês Joris-Karl Huysmans, seu autor favorito. Suas crônicas,
publicadas semanalmente com o pseudônimo de “Corais”, eram muito esperadas,
pois nelas juntavam-se, com rara habilidade o pitoresco local com o fantástico,
como se sua imaginação prodigiosa tivesse saído de um conto fantástico, para
repousar na prosa jornalística. Palma adentrava como um estilete afiado na
vaidade da sociedade “limenha” e alfinetava as pessoas ambiciosas e os costumes
da época. Poético na juventude, diabólico depois e erudito mais tarde, Clemente
Palma é considerado uma figura chave no desenvolvimento do conto no Peru, ao
introduzir temas novos na literatura e romper com a tradição literária peruana,
da qual seu pai tinha sido um expoente. Suas histórias tratam principalmente de
temas fantásticos, psicológicos, de terror e de ficção. Sentia atração pelo
mórbido e muitos de suas personagens são anormais e perversos.
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